A cardiomiopatia de Takotsubo (CT), também conhecida como síndrome do coração partido, é uma condição cardíaca transitória frequentemente desencadeada por estresse emocional ou físico intenso. Caracteriza-se por uma disfunção ventricular temporária que imita a síndrome coronariana aguda, mas sem obstrução significativa das artérias coronárias. Estudos recentes indicam uma forte conexão entre o sistema nervoso central e o coração, conhecida como eixo coração-cérebro, que influencia a fisiopatologia da CT. Este estudo busca explorar a relação entre a cardiomiopatia de Takotsubo e o eixo coração-cérebro, avaliando os mecanismos neurocardiogênicos envolvidos e suas implicações clínicas no diagnóstico, prognóstico e manejo da doença. Trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa, utilizando-se das bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science para a busca de artigos científicos. Para o refinamento da pesquisa, foram empregados descritores específicos relacionados ao Takotsubo Syndrome e sua relação com aspectos neurocardiológicos e psicológicos. O recorte temporal abrange os anos de 2020 a 2023, conforme a data da primeira e da última referência selecionada. A cardiomiopatia de Takotsubo está fortemente associada à hiperativação do sistema nervoso simpático e à liberação excessiva de catecolaminas, levando à disfunção transitória do miocárdio. O eixo coração-cérebro desempenha um papel crucial, sendo evidenciado por estudos de neuroimagem que demonstram alterações em regiões cerebrais responsáveis pelo processamento emocional, como a amígdala e o córtex pré-frontal. Além disso, pacientes com CT apresentam maior prevalência de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, sugerindo uma interação bidirecional entre o cérebro e o coração. O manejo da CT envolve suporte hemodinâmico e controle do estresse, com um foco crescente em abordagens neurocardiológicas. A cardiomiopatia de Takotsubo exemplifica a complexa interação entre o cérebro e o coração, reforçando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no seu diagnóstico e tratamento. O estudo do eixo coração-cérebro abre novas perspectivas para a compreensão dos mecanismos neurocardiogênicos da doença e pode contribuir para estratégias terapêuticas mais eficazes, prevenindo recorrências e melhorando o prognóstico dos pacientes.
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